Entrevista de Victor e Leo no Vagalume‏

26/03/2009

Em 2007, o Brasil todo conhecia o trabalho da dupla Victor e Leo, que arrebatava as paradas de sucesso com músicas do CD "Ao Vivo Em Uberlândia".

Os sucessos Fada, Tem Que Ser Você, entre outros, mostravam que Victor e Leo vinham pra ficar. O lançamento do álbum "Borboletas", ano passado, e o início de uma grande turnê percorrendo todo o país comprovaram a força da dupla, que se transformou em nome fácil da música brasileira contemporânea.

Não bastasse tudo isso, a dupla arrisca agora uma nova empreitada: "Nada Es Normal", disco todo cantado em espanhol, é o mais recente lançamento de Victor e Leo visando o mercado latino e que contou com trabalho de divulgação da dupla nos Estados Unidos.

Com todo esse sucesso, o Vaga-lume não podia perder a chance de conversar com a dupla mais popular da música brasileira, atualmente. Victor e Leo contaram sobre seus novos planos, como lidam com o sucesso e relembraram momentos de sua carreira.

Entrevista

Vamos falar do atual momento da dupla. Um dos artistas mais vendidos e assistidos em shows no país e agora o lançamento de uma carreira internacional, com músicas em espanhol. Vocês já se acostumaram com tantas mudanças e a nova vida de celebridades?

Leo: Realmente estamos em um momento maravilhoso em nossa carreira no Brasil. Estamos começando nossa carreira internacional e já estamos com bons resultados.
Procuramos não nos ver como celebridades, preferimos pensar que estamos sempre começando, buscando sempre aprender algo novo. É assim que enxergamos o nosso momento, a cada dia um novo desafio e um salto maior na vida.

O ano já começou com muitos shows e turnê internacional de divulgação para o disco em espanhol Nada Es Normal. Quais são os planos da dupla para o resto de 2009?

Leo: Pensamos em gravar um DVD novo esse ano, ainda não sabemos onde, mas queremos. Estamos focados no CD Borboletas e no CD em espanhol.

Victor, você compôs a maioria das músicas da dupla. Você mudou muito seu modo de compor com o passar dos anos? Se sim, escolha duas letras e músicas, uma do início de carreira e uma do último disco Borboletas e aponte as principais mudanças.

Victor: O modo de compor não muda tanto, mas com um pouco mais de maturidade, a visão de mundo e a expressão do que sente mudam bastante.

Há canções mais diretas, com contexto e harmonia simples como Fada e Amigo Apaixonado, ambas compostas em meados dos anos 90. E há outras como Borboletas e Razão Do Meu Astral que sugerem dicotomia e obscuridade, além de mais ousadia harmônica e estrutural.

De qualquer forma não é uma regra, pois Deus e Eu no Sertão e Lado Errado estão no disco Borboletas e as compus há mais de 12 anos.


O público conhece a química da dupla em cima do palco, sempre muito divertidos. Mas, como funciona a dupla Victor e Leo na hora de compor uma música?

Victor: Tenho algumas parcerias com o Leo. O Leo possui sensibilidade musical extrema e em geral, surge com uma idéia quase sempre melódica. Aí fazemos uma melodia e ponho letra.

Por vezes também ele me sugere um tema. O fato é que mesmo as canções que assino sozinho são como que nossas, porque fazemos todos os arranjos juntos. Vestir uma canção é quase que recompô-la.


O disco Nada Es Normal é um passo inédito na carreira da dupla. Como foi o processo de produção deste disco e trabalhar com Aureo Baqueiro, um dos nomes mais importantes da música mexicana?
Victor: Quando nos surgiu o convite não falávamos nada em espanhol. Tivemos um professor ao lado por três meses em meio às viagens e trabalhos.

Os arranjos já haviam sido feitos por mim e pelo Leo, mas o Áureo, além de ter se tornado um grande amigo, foi fundamental, tanto para uma melhor interpretação quanto para a adaptação musical.

Além disso, tanto Áureo Baqueiro quanto Leonel Garcia (ex-Sin Bandera), entenderam a essência das canções e fizeram as versões, sem perder o contexto original.

A dupla começou tocando em bares de Belo Horizonte, assim como fazem milhares de músicos por todo o Brasil. Vocês devem ter várias histórias para contar dessa época. Existe alguma em especial, que ficou na memória de vocês?
Leo: Sim, nosso primeiro show em um bar foi na cidade de Abre Campo. Depois de cantar em um festival de música sertaneja fomos convidados para cantar em um bar, mas não tínhamos muitas músicas no repertório.

Resolvemos topar, cantamos um pouco e quando acabou o repertório, começamos a repetir algumas músicas e tudo bem. Quando acabamos nosso show, ganhamos um sanduíche e um refrigerante do dono do bar. Saímos comemorando e contentes com expressivo cachê. Inesquecível.

Quem foi o maior incentivador da carreira da dupla, desde o seu início?

Leo: Nosso pai e nossa mãe sempre nos incentivaram muito, a família em geral. Mas nosso avô materno Tunico Chaves foi fundamental em nossa trajetória!

Do repertório da dupla, qual a letra preferida do Victor e qual é a preferida do Leo?

Victor: Para mim, cada canção possui uma cor diferente e não consigo preferir uma.

Então, citarei três que me ocorrem agora: Nada Normal, Chuva de Bruxaria e Jogo Da Vida.

Leo: Todas as músicas são como filhas quando gravamos, cada uma com seu valor e momento.

Uma música que marcou muito pra mim foi Meu Eu em Você. Foi a música que cantei para minha esposa entrar em nosso casamento.

A dupla Victor e Leo é um dos artista mais acessados do Vaga-lume. Só no mês de fevereiro, foram mais de 2 milhões de acessos. Qual o recado que vocês deixam para seus fãs e duplas e cantores que estão começando suas carreiras inspirados pelo trabalho de vocês dois?

Victor: Não se deve usar a música para se promover. Use a como instrumento para promover a música (assim como o Vaga-lume).

Além disso, seja qual for sua profissão, não faça sucesso, faça seu trabalho com amor e seu maior sucesso será ser feliz.

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