Há quatro anos, sentada no sofá da sala, ouvi uma música que mudaria a minha vida: FADA. Pouco tempo depois conhecia as músicas e desconhecia o rosto dos artistas. Meses antes do primeiro show de Victor & Leo em Teresina eu vi a face dos anjos. Anjos que mudaram a minha vida e deixaram-na mais colorida, cheia de vida. Eles me fizeram reviver. Problemas pessoais e a idade (13 anos) foram as barreiras que me impediram de respirar o mesmo ar que eles, ou ao menos vê-los em uma distância que não fosse a tela da televisão. Nos outros dois shows que sucederam (2009 e 2010) os mesmos motivos, e outros mais impediram que estivéssemos debaixo do mesmo céu.
2012 começou, e com ele a esperança de sonhos realizados. O sonho começou, com o anuncio do show que traria Victor & Leo e Vanessa da Mata pra cidade, mais logo a chama veio se apagando, por conta de questões financeiras e escolares (terceiro ano puxa muito), e eu, infelizmente, já estava convencida de que mais uma vez eu sequer poderia gritar por eles na multidão. Sabe aquela tristeza que te deixa fraco, sem defesas? Mais sabe também aquela esperança e força que você só encontra no sorriso dos teus anjos? Eu estava bem assim.
Na noite do dia 09, um especial dos meninos começou na rádio, e uma onda de pensamentos positivos e encorajadores me evadiu, então pensei: “Eu vou ficar aqui, de braços cruzados, e deixar o meu sonho escapar novamente?”, lembrei da frase “acredite nos seus sonhos” e resolvi correr atrás deles. Vi no twitter que uma amiga de fã clube iria esperá-los no hotel, então resolvi arriscar, me “auto-convidei” para ir com o pequeno grupo que iria, mas os horários não eram compatíveis, pois aos sábados tenho aula até as 13:00, e as garotas iriam as 9:00. Chorei praticamente a tarde e parte da noite, até lembrar da minha tia, que simpatiza com a dupla e resolvi arriscar mais uma vez. Ela disse que se não chovesse iríamos ao show. Era só questão de fé e sorte.
Sábado se arrastou, e felizmente não choveu. Saímos por volta das 20:00 e quando chegamos ainda havia pouco movimento. Compramos o ingresso para a pista, que é bem distante do palco. O primeiro show foi o da Vanessa da Mata, legal, diferente, uma mistura genuinamente brasileira, mais parecia se arrastar; cada minuto era uma eternidade.
00:04. A banda estava no palco, e o camarada da rádio não parava de anunciar Victor & Leo, nessas alturas eu não tinha mais unhas e estava para perder os cabelos. Espremida naquela grade eu vi um homem branco, de cabelos meio louros, meio grisalhos, camisa com detalhes quadriculados em preto e branco entrar do nada. Não contive as lágrimas, eu sonhava com ele todos os dias, ouvia a sua voz cantarolar no meu ouvido todas as noites antes de dormir, via-o diariamente na proteção de tela do meu celular, no computador, no caderno, na agenda, na sandália, nas capas de CDs e ele estava ali, há uns cinqüenta metros de distancia de mim. Victor Chaves Zapalá Pimentel, o poeta. Ele dedilhou algumas notas e a abertura do show começou semelhante a do “Ao vivo e em cores”, a voz do Leo começou, perfeitamente afinada, e ninguém o via, até que ele surgiu do mesmo lugar que o Victor.
Um coro começou a cantar borboletas. Eu não sabia o que fazer, chorar, gritar ou pular, acabei por fazer as três coisas ao mesmo tempo. As boas vindas dos dois trouxeram calma, e eu consegui respirar: “Energia é fundamental em todos os momentos da vida”. E o show continuou.
Chorei, pulei, gritei eu te amo quando o publico silenciava e fui ao céu. Apesar da distância que estava do palco, era como se eles estivessem ali, do meu lado, cantando só pra mim, sorrindo só pra mim. O mundo em volta poderia acabar, mais só de ver os sorrisos, as dancinhas e a atenção deles com o público.
O show quase duas horas, se já não tivesse chegado as duas, e vê-los deixar o palco foi torturante. Mas sabem como é fã, NE? Chora por que não tem o ingresso, por que tem o ingresso, por que vai no show, por que não vai ao show, por que terminou, por que começou, e comigo não foi diferente.
O que doeu foi não estar perto o suficiente para pegar a toalhinha, a palheta ou ao menos jogar a carta que fiz para eles no palco; a última eu entreguei para um cara da produção, não sei que fim ela vai levar. Na falta da palheta você guarda o papel laminado que voou pelo céu, o chapéu comprado com o nome deles, a falta de voz como lembrança. Doeu também, e principalmente, não abraçar, tocar e dizer olhando no olho de cada um dos dois tudo que o silêncio que em mim existe guarda para eles. Mais eu tenho fé, e se um passo eu já dei, o outro virá, e esse sim, será completo.
Linda demais sua história Samara ...
Agradecemos por compartilhar essa emoção conosco ;)
Beijos !
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